No entanto, mais de 70 mil pessoas não têm habilidades de leitura e escrita
Felipe Rodrigues
Freelancer
feliperodrigues@jornalvalevivo.com.br
A taxa de analfabetismo entre pessoas com mais de 15 anos no Vale do Paraíba e região Bragantina caiu de 4,5% em 2010 para 3% em 2022, segundo dados recentes do Censo IBGE. Apesar da redução, ainda existem mais de 70 mil pessoas analfabetas.
A desigualdade educacional permanece uma preocupação, com variações nas taxas de analfabetismo refletindo disparidades socioeconômicas e raciais entre as cidades.
Red Flag na alfabetização
Natividade da Serra lidera o ranking da região com uma taxa de analfabetismo de 10,6%. Logo em seguida, aparece Silveiras alcançando 8,24%, o que representa 415 cidadãos sem habilidades de leitura e escrita.
Com uma população com mais de 6.100 habitantes, a cidade do Vale Histórico ocupa a 2439ª posição no ranking geral de alfabetização do país. Destaca-se também que Silveiras é majoritariamente composta por pessoas declaradas brancas e possuem uma renda mensal de até dois salários mínimos (dados de 2021 do IBGE).
Quem também se destaca devido ao expressivo índice negativo é Arapeí com 6,28% de pessoas analfabetas, representando mais de 120 indivíduos. A cidade está na 1710ª colocação do ranking por município do país. Com cerca de 52% da população declarada branca, a média da renda mensal dos trabalhadores formais fecha-se em 1,9 salários mínimos.
Por outro lado…
No Vale Histórico, duas cidades se destacam com as menores taxas de analfabetismo. Cruzeiro fica atrás somente de São José dos Campos e Taubaté, registrando apenas 2,26%.
Com uma população com mais de 74 mil habitantes, o município é composto principalmente por pessoas declaradas brancas e encontra-se na 143ª colocação geral de alfabetização do país. Além disso, o salário médio mensal dos trabalhadores formais fica em 3 salários mínimos.
Em seguida, aparece Guaratinguetá com 2,33% de analfabetos, representando 2.269 pessoas. A cidade, predominantemente declarada branca, está na 154ª colocação do Brasil, e com uma renda mensal de 3,1 salários mínimos por trabalhadores formais.
A última do ‘Top 5’ do Vale do Paraíba é Pindamonhangaba, apresentando 2,58% da população sem habilidades de leitura e escrita (cerca de 3.444 pessoas) , ficando na 215ª geral do ranking nacional.
Os dados do IBGE revelam que, com mais 165 mil habitantes, a população é majoritariamente formada por pessoas declaradas brancas e com uma renda mensal de 3,3 salários mínimos.
Na média do Vale
Lorena encontra-se na 268ª colocação do país quando o assunto é alfabetização. Os recentes dados de 2022 mostram que 2,76% da população de mais de 84 mil habitantes são analfabetos, isso representa quase duas mil pessoas.
A cidade é predominantemente composta por indivíduos declarados brancos e a renda mensal dos trabalhadores formais é de 2,6 salários mínimos.
Taxa de outras cidades
Aparecida 2,97%; Areias 6,02%; Cachoeira Paulista 3,51%; Canas 4,14%; Lavrinhas 4,31%; Piquete 3,29%; Potim 4,75%; Queluz 4,62%; Roseira 3,25%.
A importância de alfabetizar a população
A alfabetização é um pilar essencial para o desenvolvimento individual e coletivo, abrindo portas para oportunidades educacionais, profissionais e sociais mais amplas.
Estudos apontam que trabalhadores alfabetizados são mais produtivos e capazes de se adaptar às demandas do mercado de trabalho, essencial para a competitividade econômica da região. Além disso, a alfabetização é uma ferramenta poderosa para reduzir desigualdades.
Educação de Jovens e Adultos (EJA)
A EJA é uma modalidade destinada a jovens e adultos acima de 15 anos que não concluíram o ensino fundamental. O programa oferece uma segunda chance a diversas pessoas, incluindo migrantes estrangeiros, para melhorar sua escolaridade e qualificação profissional.
Vale destacar que a alfabetização empodera indivíduos, transforma comunidades e constrói sociedades mais justas e equitativas.